ANÁLISE | Cabaceiras do Paraguaçu: O Fiasco Econômico no Coração do Recôncavo

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Publicado em 02 de Agosto de 2025
Em um retrato contundente da paralisia econômica e da má gestão de recursos, o município de Cabaceiras do Paraguaçu amarga a última posição entre todas as cidades do Recôncavo Baiano no quesito Emprego & Renda. A constatação, baseada na mais recente edição do Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), acende um alerta vermelho para os 16.559 habitantes (Censo IBGE 2022) que enfrentam um cenário de estagnação.
Com um índice inferior a 0.4, a cidade foi classificada com um nível de desenvolvimento "Crítico", uma marca que a posiciona não apenas como a pior da região, mas também em um vergonhoso 4.550º lugar no ranking nacional.
O diagnóstico é severo e aponta para uma falha sistêmica na administração local.
"O cenário reflete uma combinação tóxica de políticas públicas ineficientes, baixa capacidade de atração de investimentos privados e uma alarmante concentração de renda que sufoca o potencial local."
A fragilidade da economia, excessivamente dependente de repasses governamentais e de uma agricultura que não gera valor agregado, mostra-se incapaz de criar oportunidades robustas para a força de trabalho.
Por que municípios vizinhos avançam e Cabaceiras não?
A ineficiência da gestão se torna ainda mais gritante quando comparada a municípios de porte e realidade semelhantes. Dom Macedo Costa, por exemplo, ostenta um índice superior, ocupando a 4.157ª posição nacional. A pergunta inevitável é: por que um município menor e com desafios similares consegue apresentar resultados melhores?
A disparidade não para por aí. Cidades como Governador Mangabeira, Muritiba e Sapeaçu, inseridas no mesmo contexto regional, também superaram Cabaceiras, indicando que o problema não é uma fatalidade regional, mas sim um fracasso específico de gestão e estratégia econômica local. Enquanto vizinhos avançam, ainda que timidamente, Cabaceiras do Paraguaçu permanece ancorada no fundo do poço.
A fábrica: a promessa de Emprego vira monumento ao descaso e à Suspeita
A gestão municipal, pressionada pelos péssimos indicadores, acenou com o que seria a redenção econômica: a construção de uma fábrica. A promessa, no entanto, transformou-se em um monumento ao descaso. Moradores relatam que as obras estão paradas há meses, um esqueleto de concreto e aço que serve como lembrança diária de um projeto próximo ao fracasso.
O que é pior, a iniciativa já levanta suspeitas graves. Denúncias encaminhadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontam para um suposto superfaturamento, com custos que já teriam ultrapassado o planejado antes mesmo da conclusão de etapas cruciais. A obra, que deveria gerar empregos, hoje gera desconfiança e alimenta a percepção de que os recursos públicos não estão sendo tratados com a devida seriedade. O TCE, segundo informações, analisa o caso.
O cenário em Cabaceiras do Paraguaçu é, portanto, mais do que uma estatística negativa. É a crônica de uma oportunidade perdida, onde a ausência de um projeto de futuro claro e exequível condena sua população a permanecer à margem do desenvolvimento.
A pergunta que fica para os mais de 16 mil habitantes é: até quando?
Nota: Cabe ressaltar que denúncias não constitui condenação, não constitui culpa.
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Como é calculado o IFDM |
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IFDM DE DOM MACEDO COSTA |
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IFDM DE CABACEIRAS DO PARAGUAÇU |